quinta-feira, 19 de agosto de 2010

DIA DO ATOR

Olá...
pois é pessoal acho que to tomando goto pelo Blog, ontem fiquei com a cabeça formigando de coisas pela qual eu gostaria de postar hoje. Afinal, hoje é dia de festa, sim, é dia de comemorar O DIA DO ATOR! Confesso que nao sabia que era hoje, até ontem, mas, depois que descobri tinha que preparar algo. Acontece que a correria foi grande e o post só deu pra sair agora no final da tarde... então segue abaixo uns dizeres de Amora Pera (Atriz e Cantora). Texto na qual eu apresentei no Sarau do AMADOdoDITO, na qual também já presto minhas homenagens em algumas fotos para que todos conheçam os verdadeiros artistas na qual convivi por lá...
desde já, peço desculpas pelas fotos, possivelmente vai faltar gente nelas... mas mesmo sem fotos quero que se sintam beijados na alma...


Para mim, é importante lembrar que toda tentativa de expressão artística no Brasil exige luta peleja, batalha, empenho. Suor de circo. Cada passo em direção ao palco é um ato.

Ser artista hoje, para mim é sonhar em ver a verdade acontecer, querer ir mais além do meu corpo e do corpo do outro também. É querer vida melhor nesse planeta, mais beleza de pensamento ou simplesmente mais pensamento.

Ser artista, aqui no Brasil, é ouvir muitos nãos com um sorriso no rosto; é estudar constantemente e continuar ignorante; é, muitas vezes, ter emprego em vez de trabalho e, ao mesmo tempo, junto a tudo isso ter um elenco de referências fortíssimas, verdadeiros guerreiros, em cada um das classes artísticas: no teatro, na música, no circo, na poesia/literatura, na dança, nas artes plásticas e no cinema.

O tempo é de recriar as estruturas, mais uma vez, para que possamos continuar criando, pois há pouquíssimos meios para o artista. É necessário empreender, isso é, dominar outros ofícios para que o nosso aconteça. Temos que inventar nossa existência, forçar a presença, pois ela está sendo exigida; precisamos estar, invariavelmente, nos lembrando e à sociedade e ao Estado da importância do que fazemos, ou seja, da nossa importância. Quando se chega ao momento de criação, depois de tanto, é preciso se sacudir como um cão molhado, tirar o excesso, esvaziar-se. Ou seja, é imprescindível ter a vontade e o amor bem maiores que os dedos.

A impressão que eu tenho é que quem ainda tenta fazer arte, seja novo ou antigo, o faz tomado por algo muito semelhante à fé religiosa (assim o faço!).

Por pura devoção e entusiasmo.

Por essa sensação de forte emoção e alegria cada vez que nos encontramos com a poesia desses ofícios que trabalham para alcançar o outro em um gesto, em uma palavra ou em uma cor; em um som ou mesmo em um profundo silêncio.

E, principalmente por uma crença que não cala de que o mundo poderá ir mais longe, as pessoas poderão ver além, e que tudo ainda terá um chance enquanto as salas de teatro, nossas casas, estiverem abertas.


PARABÉNS A TODOS NÓS!

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